Tarde de sábado

O sábado decorre com uma calma conquistada a custo.

Tenho andado perdida no meio de arrumações e de dores de costas inevitavelmente associadas. À noite leio um pouco na cama e quase sem dar conta adormeço no meio de pesquisas de criminosos de guerra e batalhas ganhas, de um modo ou de outro, contra a Alemanha nazi....  

O que custou vencê-los! 

E agora, devido ao erro de uns poucos, cá estamos nós a ter que aguentar a senhora Merckel, com os seus sonhos realizados à custa de uma Europa unida,custe o que custar...

...............................................................................

O meu filho está em Aveiro, a viver com a Sara na casa dela.

Que saudades que eu tenho da infância dele!

O sonho e a realidade

Eu bem gostaria de acreditar neles! 

Ouço-os falar e parece que todos os problemas estão a ser resolvidos e que a vida continua como deve ser, com os seus altos e baixos e nada de especial se passa... Mas não. As coisas não são assim tão lineares e por todo o lado vemos a tristeza e a infelicidade. Há muita gente a passar fome e com problemas que não se resolvem facilmente. 

Eu sei, eu sei.... vivemos muitos anos numa ilusão de liberdade, num estado de graça que nos fazia voar... 

Cair na realidade é sempre difícil e muitas vezes é mesmo impossível.

Outono

DIAS DE VERÃO

Gosto destes dias frescos de Verão! As portas abertas deixam entrar a brisa e dão-me o sentido de uma sensualidade antiquíssima e obscura. Não sei mesmo onde vou buscar isto... 

Lembro-me que na casa do meu avô, no verão, as janelas estavam abertas e deixavam entrar o canto das cigarras e o ladrar dos cães.

Sentava-me então numa cadeira vermelha e deixava-me ali ficar no encantamento do momento, sem fazer nada, como se a vida não estivesse correndo para a morte.

-que estás a fazer?

-nada...

E era verdade. Nunca me cansei desse nada. 

(Não fazer nada era deixar correr o pensamento à deriva, era criar-me como personagem de uma história, à minha vontade, era ser o que eu quisesse...)

Houve sempre um intervalo entre o meu pensamento e a realidade...

Mas afinal o que é que se passa comigo? 

Hoje tenho uma dor enorme nos pés. Quase não consigo andar embora ande com todas as dores e tudo. Não quero deixar-me abater por estas coisas. Digo a mim própria que tenho que andar para a frente mesmo que isso me custe...

Às vezes ponho-me a pensar no que eu envelheci desde que vim para Aveiro... Parece que o tempo não passa, mas passa mesmo sem que nós queiramos.

Isto deprime-me. 

Dói-me a alma e o corpo. 

Vou lanchar e a seguir marcho para o ginásio!

O computador

Custa-me descobrir os caminhos sozinha, nesta coisa que é o meu computador. O meu filho que me ajudaria com mais paciência, tem tanto que fazer que não tem tempo. A mim sobra-me tempo, mas não tenho paciência para estas novas tecnologias...

E contudo são fascinantes!

É já noite cerrada, o serão entrou pela noite dentro e tenho que ir dormir, mas apetecia-me continuar a desbravar caminhos...

É tão bom aprender!!!

A verdade do corpo

O corpo reconhece o caminho percorrido.
Nao pode haver ilusoes.
Guardo dentro de mim todas as sensacoes que inventei, os desejos que ficaram por realizar...