quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Do amor e da ' Daisy '

O dia chuvoso convida ao recolhimento da casa...
O pior és tu, Daisy, que não podes brincar no jardim, sujar as patas na terra, correr atrás da bola que eu te comprei ...
Levo-te até à porta e digo-te: está a chover, vês, hoje não podes sair...
Voltamos para a cozinha e resisto como posso às tuas investidas furiosas contra os meus pés.

E isto é amor, Daisy, isto é amor , isto é amor...

Tenho os chinelos rotos de tu roeres as pontas que encontras soltas. Sabes, os chinelos feitos de malha de cores bonitas que comprei no Natal...

E isto é amor, Daisy, isto é amor, isto é amor...

Cuidadosamente limpo-te a cama cheia dos restos da faca que roeste durante a noite, sem ninguém ver. A faca e o esfregão verde com que lavo a loiça e tu assistes curiosa aos meus gestos...

E isto é amor, Daisy, isto é amor, isto é amor...

Olho os teus saltos, as tuas investidas contra a pá do lixo...
Estás com fome? Eu dou-te de comer.
É assim que eu tento decifrar a linguagem dos teu corpo... - é fome, é sono, queres colo...

E isto é amor, Daisy, isto é amor, isto é amor...

As minhas calças, Daisy?! Olha o buraco que lhe fizeste! As calças que levei no passeio de outrora e era feliz, Daisy!
Furiosa bato-te por todo o sítio onde te apanho e tu foges espavorida para o pátio e rosnas e ladras e eu grito contigo e digo que não aguento...

E isto é amor, Daisy, isto é amor, isto é amor...