sexta-feira, 21 de março de 2008

E depois, dentro de mim, não havia nada de verdadeiramente relevante... Nem grandes segredos comprometedores, nem psicopatias perigosas, nem génios escondidos da luz do sol... Não, nada. Era uma vida vulgar de uma menina protegida por um avô autoritário, numa casa grande onde se podia perder...

Dentro daqueles limites ninguém me chateava - lavava a cara porque queria (ninguém via se estava bem ou mal lavada), comia só o que me apetecia, lia os livros que encontrava, perdia-me nas histórias que ia contando à criada numa florescência de pormenores imaginativos.

[Tudo o que depois me aconteceu ... fui encontrar as forças neste paraíso ilimitado]

Ainda hoje, o meu filho e eu nos perdemos dentro da mesma casa...

Há sem dúvida quem não entenda esta complicada solidão.