segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sem horas

Os humanos têm a mania das horas... A hora de verão...a hora de inverno.... andamos sempre atrás dessa maquineta mágica que é o relógio e que nos diz o que havemos de fazer no momento seguinte. 
Para a Daisy é tudo muito simples: é tempo de comer, tempo de brincar, tempo de dormir....
Quando estou sózinha com ela sigo o mesmo esquema e por vezes perco um pouco o fio à meada e pareço uma tonta para quem olhar de fora....
Ontem, fomos até à praia e corremos na areia dura da maré vazante... O vento levantava as ondas e a espuma salpicava o ar e fazia parecer neblina. 
As ondas deixavam espuma na areia....

domingo, 30 de outubro de 2011

O rato

Quero ignorar o cinzento do dia. 

A Daisy, hoje, descobriu um rato aqui em casa. O rato escondeu-se atrás do baú onde guardo a roupa de cama e ela não conseguia tirá-lo de lá. Então, pediu-me ajuda.
Fiquei contente por ter percebido o pedido dela. De tanto ficarmos sós, estamos a entrar naquele estádio de entendimento em que se perde a referência da natureza de cada uma.... 
Somos apenas seres vivos em comunicação...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Beleza e silêncio

Outra vez em Setubal...
Cheguei há mais ou menos um mês, mas não me tem apetecido escrever nada. Penso que as coisas boas são para gozar em silêncio.
Assim passei os dez dias nos 'Alteirinhos'... Caminhar pela falésia, percorrer com a vista as velhas rochas conhecidas e antiquíssimas, cheirar as estevas húmidas do mar e descobrir rosmaninho e alecrim e perder-me nas dunas....

À noite havia luar. Havia um luar de Agosto claro e quente e aquela beleza parecia surreal....

sábado, 14 de maio de 2011

Adeus a Setúbal

Parto amanhã. Tenho pela frente uns largos meses de solidão...
Aqui, em Setubal, o tempo está tão quente que me torna mais fácil o partir...
Adeus sensação de familiaridade,adeus conversas com conhecidos, conversas do acaso.... and signifying nothing....
Adeus maninhas, os encontros em casa da São eram tão bons!...
Adeus largo da Ribeira Velha e os lanches tomados na sombra fresca do carvalho
Adeus parque, avenidas sombreadas e frescas, onde caminhava com a Daisy....
Adeus Castelo e o pequeno almoço tomado à janela e olhando para o horizonte...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Era hoje que ELA fazia anos. Se fosse viva teria agora 98 anos...
Sim, é isso mesmo, a minha mãe nasceu em 1913.
Apetece-me cantar uma balada antiquissima e bela como o amor. Mas não sei nenhuma. Em vez dela, vem-me não sei de onde estes versos singelos:

«Ó,ó .....menina da avó/
Varre-lhe a casa/
Sacode-lhe o pó.../
Ó, ....ó......»

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Nada a dizer. Deixo falar o silêncio.

Ch...ch...ch...tztztz...
A chuva e o vento lá fora.