sábado, 21 de março de 2009

Ronaldo, queres um desconto?

Hoje, sonhei com o Cristiano Ronaldo.
Sonhei com ele, como um bom rapazito que ele há-de ser, por baixo daquelas vestes de milionário e de estrela de futebol.
Sonhei que estávamos numa tasquinha a jantar e que ele falava com o dono do lugar como um amigo dele, sem cerimónias.
Eu estava na minha mesa, e ouvia-os divertida com as piadas que eles diziam um ao outro.
Nada daquelas multidões a pedir autógrafos e das atitudes estudadas das estrelas, sejam do que for, que só dizem o que já ensaiaram dizer em frente ao espelho.
Pensava: Que maravilha! Assim é que havia de ser sempre!
O Cristiano levantou-se, por fim, pagou e ia já a sair quando o dono da tasca gritou para ele:
- Ronaldo, queres um desconto?
E ambos riram às gargalhadas...

sábado, 3 de janeiro de 2009

Manhã

" 26 de Dezembro de 2008

Quando estou em Aveiro, sonho com este esplendor no parque, manhãs de sol na relva verde no meio do silêncio dos pássaros.
Ainda há folhas secas nas árvores.
Alguém escreveu no tronco de uma: ZIZ.
Respiro fundo.
Aqueço-me ao sol de inverno."

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

retomando a escrita...

Estou tão longe desta coisa da escrita que já não sei se sou capaz de dizer o que quero!...
A minha vida passa-se entre coisas muito concretas, a realidade do dia a dia, sem me dar tempo a uma reflexão, a um dobrar sobre mim própria e a realidade que decorre independente de mim, inexoravelmente...
Sonhos? Esses continuam a fluir, sempre impossíveis, sempre tão distantes que nem sei se realmente os quero ou se tudo isto não é uma forma grotesca de ir vivendo, lambendo as feridas.

Ontem, quando vinha de comprar o pão, um rapaz bateu-me com o carro no cotovelo esquerdo e deixou-me a tremer de dor. Tenho que aprender a defender-me e a aproveitar o que esta casa tem de bom, mesmo que fique num sítio realmente perigoso para quem anda a pé.

sábado, 24 de maio de 2008

anonimato

Nada pode ser mais anónimo que ser igual a tudo o resto ...
(assim me escondo)


quinta-feira, 1 de maio de 2008

Dia 1 de Maio, pelas 16:30

Fiz um almoço que dava gosto comer!... (estou sozinha é claro...)
Hoje é o dia do trabalhador e não faço nada de trabalhos; em Lisboa há desfiles pelas ruas a protestar contra o governo e o novo código do trabalho que está a ser discutido. Duvido que os jovens estejam nesses protestos. Normalmente estão longe destas coisas da política porque sentem que tudo isto está longe da vida deles e dos seus problemas.
Apetece-me teoricamente ir caminhar ATÉ À RIA OU IR DE CARRO ATÉ À PRAIA E ANDAR AO LONGO DA COSTA... mas só teoricamente ,é claro...
Na realidade fico em casa a imaginar tudo, fico em casa com todos os desejos impossíveis. Na realidade embrulho-me na minha solidão e penso que é só mais um dia que passa.
Quem me dera escrever sobre o mundo objectivo como um balde de lixo que é preciso ir despejar!

domingo, 13 de abril de 2008

Os sonhos

Acho que me compenso através dos sonhos...
Suponho que a carga de frustração é demasiado grande e que à noite, sem que eu o possa evitar, realizo oniricamente os meus desejos...
Enfim... há coisas mais patológicas...
Estou aqui em casa sem dinheiro nenhum para poder fazer qualquer coisa que me custe um cêntimo - ir ao Porto, por exemplo, e ouvir música na Casa da Música que ainda não conheço...
Mas o meu tempo há-de chegar. Hoje não consigo estar deprimida. Não, agora ando cheia de energia.
Daqui a pouco, depois de almoço, vou andar a pé. Caminhar é uma coisa que me fará muito bem ao corpo e ao espírito.

Que mais se pode pedir aos dias que passam?

sexta-feira, 21 de março de 2008

E depois, dentro de mim, não havia nada de verdadeiramente relevante... Nem grandes segredos comprometedores, nem psicopatias perigosas, nem génios escondidos da luz do sol... Não, nada. Era uma vida vulgar de uma menina protegida por um avô autoritário, numa casa grande onde se podia perder...

Dentro daqueles limites ninguém me chateava - lavava a cara porque queria (ninguém via se estava bem ou mal lavada), comia só o que me apetecia, lia os livros que encontrava, perdia-me nas histórias que ia contando à criada numa florescência de pormenores imaginativos.

[Tudo o que depois me aconteceu ... fui encontrar as forças neste paraíso ilimitado]

Ainda hoje, o meu filho e eu nos perdemos dentro da mesma casa...

Há sem dúvida quem não entenda esta complicada solidão.